quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Porque querer não chega,
E é difícil correr quando já não se tem sapatos,
Na procura de fugir,
Eles encontram-se sempre.

No fundo, eles não se querem afastar,
Apenas desejam resistir.

É na tentação que reside a inércia.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Tempestades

A chuva dos dias
já cansa;
A dor dos dias
já só nos abandona
Na Primavera
viveremos felizes,
E aí,
cantaremos as lágrimas...

Que de nós
caem,
as últimas mãos dadas
e guardo o toque
dos teus dedos,
na minha pele.

sábado, 26 de setembro de 2009

Vazio

E tudo voltou a ser como era dantes.
Eu, os cachecóis e o amor... em espera
Dias prometidos,
Saudades antecipadas,
Declarações para o futuro
nunca serão presente,
neste vazio.

O despertar sem sonho,
voltou.
Sentir o carinho nos dedos,
sem destino ou destinatário,
voltou.
Até o engolir em seco,
as lágrimas,
voltaram.
Chamam-lhe o regresso
do Outono
eu, sou.

Não Há nada em mim
que não caia,
nem há nada em mim
que não morra,
não há nada em mim
que não volte a nascer,
Amor...

sábado, 16 de maio de 2009

(Não) Tempo.

Para mim, o tempo é sinónimo de dúvida. Eu não sei! Vejo o tempo como uma oportunidade real, do presente, para se poder agir, fazer coisas. O tempo é realização.
Não vejo o passado como uma parte do tempo, mas sim da memória. O passado é sempre importante, porque o passado é para sempre, é o que guardamos da nossa existência. Facilita as nossas escolhas porque nos elimina os caminhos errados que já escolhemos antes e ilumina-nos no caminho das escolhas certas.
Há que separar as coisas, saber escolher do que se viver. Viver do passado, esperando que volte ou que nunca deixe de fazer parte da parte mais viva da nossa vida, adiando tudo, constantemente... Interiorizar que virá sempre mais tempo para se fazerem as coisas. O tempo é relativo, porque depende das pessoas, e não somente de nós. Os outros escolhem quanto tempo deles nos queres dispensar, por isto, e não só, não devemos desperdiçar momentos.
Assim, apesar de existir em mim uma ambiguidade clara, relativa a este tema, concordo e inspiram-me as palavras de Mário de Carvalho que, segundo a minha interpretação, sugerem: é importante ter consciência de que existem vários temos, e, sendo básica direi : passado, presente e futuro e, segundo isto, é necessário que haja contacto entre eles, porém cada tempo tem o seu momento, sendo que todos dependem de um, o presente.
No fundo, é uma questão de noção correcta das coisas, viver com intensidade o agora, pois dele dependerá tudo. O resto distorce-nos a realidade, seja ela o que for!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

passado(ausente)

Nos dias quentes de Inverno, passeamos de mãos dadas pelo lado de fora do passeio, enquanto as últimas gotas de chuva evaporam, e o arco-íris descolora-se, os carros correm, na sua velocidade de quem não tem como voltar atrás e molham-nos. Não molham nada, tu nunca passeaste comigo fora do passeio.
Hoje, o caminho é o mesmo, para mim, como sempre... para ti, como nunca, acho que nunca o percorreste a meu lado, mas porque insisto? Nem vales a pena. Já valeste, em outros tempos, naqueles em que tudo vale a pena, até tropeçar de propósito e magoar-me, só para saberes que existo, aliás, existia. Já não importa.