domingo, 9 de março de 2008

Os pés fogem do chão ...

O Chão já não suporta mais
o peso dos passos indecisos
que por não saberem por onde caminhar
perdem-se,
perdem-se por querer pisar todos os caminhos
e todos parecem-me demais.
Agora os pés adormecidos e cansados
não procuram mais nada.
É o chão que parte ao encontro dos passos.

Habitar o outro lado

Já não há relógios
para as horas que passam
Todos os segundos são vividos
Longe das janelas
que se encontram
fechadas.
O mundo em que habitamos
está do outro lado,
distante.
Vivemos na clausura,
com medo de nunca conseguir alcançar outros mundos.
O medo esconde em si todas as janelas,
é precisa coragem
para abri-las
e voar ...

sábado, 1 de março de 2008

O tudo sabe-me a nada.

Solto um grito de asas
preso por fios invisiveis
que o suspendem,
suspendo nadas.
Anseio que esses nadas
se transformem em tudo
e que esse tudo me seja suficiente,
pois o tudo,
nunca me soube tão pouco.

Determinantes e nomes comuns

Os desencontros,
os sorrisos,
os bancos de jardim ,
os velhos,
as passadeiras,
as horas,
os minutos,
os passos,
as mãos ,
os silêncios,
os lugares,
os mundos,
os suspiros,
as despedidas ,
os abraços,
as saudades ( de tudo isto)

Mãos dadas . . .

Partilhamos a noite ,
partilhamos o efémero nascer do dia,
partilhamos as lágrimas e as saudades,
partilhamos as nossas vidas.
Damos-nos e sabe-nos bem.